Atualizado: 23/03/2023 - 17:24
A parceria AUKUS, formada pelos EUA, Reino Unido e Austrália, tem como objetivo enfrentar a crescente presença da China na região do Indo-Pacífico.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na segunda-feira (13) um cronograma acelerado para a Austrália receber submarinos movidos a energia nuclear no início da próxima década, em uma nova parceria de defesa de três vias entre os Estados Unidos, a Austrália e o Reino Unido. Essa parceria tem como objetivo combater as tentativas da China de domínio naval no Indo-Pacífico e seus planos de invadir Taiwan. As tensões entre os Estados Unidos e a China estão em um nível alto, refletindo as relações privadas e a retórica pública acalorada de Pequim. As autoridades chinesas ainda não mostraram sinais de progresso em estabelecer diálogos com os EUA, mas isso é essencial para evitar mal-entendidos e acidentes. Biden enfrenta uma série de decisões nas próximas semanas e meses que podem aumentar ainda mais as tensões com a China, como novas restrições aos investimentos de empresas americanas na China e a restrição ou bloqueio do TikTok, que pertence a uma empresa chinesa.
O anúncio de Biden foi feito durante uma visita à Base Naval de Point Loma, na Califórnia, ao lado dos primeiros-ministros britânico e australiano. A Austrália receberá seu primeiro submarino no início da próxima década, mais rápido do que o previsto quando a parceria AUKUS foi lançada há 18 meses, e submarinos americanos como o USS Missouri passarão pelos portos australianos nesse meio tempo. Durante seus comentários, Biden enfatizou que a liderança dos Estados Unidos no Pacífico beneficiou todo o mundo, mantendo rotas marítimas e céus abertos e navegáveis para todos e mantendo as regras básicas de trânsito.
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, citou a China como motivo de preocupação, juntamente com o comportamento desestabilizador do Irã e da Coreia do Norte. A China reagiu rapidamente à mudança, criticando-a como uma “mentalidade da Guerra Fria e jogos de soma zero”. A China está de perto observando os movimentos de Biden no Pacífico, onde os militares dos EUA estão expandindo sua presença e ajudando outras nações a modernizar suas frotas.
Em um cenário de tensões cada vez mais elevadas, é essencial que os Estados Unidos e a China estabeleçam diálogos e mecanismos adequados entre altos funcionários do governo, entre os militares e entre os gerentes de crise de ambos os lados para se comunicarem quando houver algo acidental ou apenas mal interpretado. As tensões entre os dois países são um problema global e precisam ser tratadas de forma responsável. A parceria de defesa de três vias entre os Estados Unidos, a Austrália e o Reino Unido pode ajudar a manter a estabilidade na região e garantir a paz nas próximas décadas.